terça-feira, 1 de junho de 2010

A democracia plena e o caudilhismo atual.







Nenhum povo do mundo antigo contribuiu tanto para a riqueza e a compreensão da Política, no seu sentido mais amplo, como o fizeram os gregos de outrora. Os nomes de Sócrates, Platão e Aristóteles, no campo da teoria, de Péricles e de Demóstenes na arte da oratória, estão presentes em qualquer estudo erudito que se faça a respeito e mesmo nos mais singelos manuais de divulgação. Entendiam-na, a política, como uma ciência superior, determinante de qualquer organização social e com inquestionáveis reflexos sobre a vida dos indivíduos. Para Aristóteles era a arte de governar a cidade-estado (pólis). Por não conviverem com estados-nacionais, mas sim com organizações menores, as cidades, para os gregos, tornaram-se o objeto da sua maior atenção. Como nenhum outro povo, interessaram-se pela administração da coisa pública,
Demóstenes (384-322 a.C.) e seu rival Ésquines (389-314 a.C.)
envolvendo-se nos intensos e acalorados debates políticos que afetavam a comunidade, manifestando extraordinária consciência sobre a importância e o significado da palavra eleutéria, entendida como liberdade e independência da cidade em relação a qualquer outro poder vindo de fora, num mundo cercado pelo despotismo e pela tirania. A sua contribuição não se confinou somente ao teórico, pois também legaram os grandes discursos de Demóstenes e de Ésquines que imortalizaram a oratória voltada para ação.
Hoje, em nossos dias, continuamos lutando para que essa filosofia política se fortaleça cada vez mais em nossa sociedade onde podemos a cada dia observar a falta de democracia plena porque, como vemos, reina a pseudo democracia.
Pode haver democracia onde os poderes se sobrepõem em detrimento de nossa carta magma, a constituição federal? Decerto que não. Então, como podemos classificar o ato de alguém, que em detrimento da vontade do povo resolve empossar um vereador sem expressão popular com apenas 392 votos com o mesquinho intuito de enfraquecer a oposição? Ora, democracia é, também, poder discordar de quem está eventualmente no poder. O caudilhismo volta à tona travestido de democracia! A que ponto pode-se chegar para tentar manter um poder etéreo e fugaz como um cargo eletivo!
Oxalá possamos, em nossa cidade um dia, vermos a democracia em sua essência onde o poder público possa ser realmente democrático e que a vontade popular seja ouvida de forma real e clara. Onde a coisa pública seja administrada de forma transparente para que um dia possamos novamente ter a alegria de irmos às urnas eleger nossos representantes com a plena certeza de que seremos nós próprios através deles a administrar nossa querida cidade de Queimados.

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