quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Bebê de apenas um dia morre dentro de clínica em Queimados




Amanda Amaral França e Wagner São Pedro Gomes. Casal que perdeu o bebê na Casa de Saúde Bom Pastor, em Queimados / Foto: Extra / Letícia Sicsu
Letícia Sicsu

A polícia investiga a morte de um bebê, de apenas um dia, ocorrida na Casa de Saúde Bom Pastor, em Queimados, na Baixada Fluminense. A família acusa a clínica de não ter dado o atendimento correto, após a criança ter ficado sufocada depois de ser amamentada. O laudo do IML revela, no entanto, que a vítima também sofreu um traumatismo craniano.
Amanda Amaral França, de 22 anos, teve seu primeiro filho, Nelinho, no dia 14 de janeiro. No fim da noite, depois de mamar, ele dormiu.
— Deixei meu filho deitado de ladinho. Um pouco depois, uma enfermeira chegou, acendeu a luz, e percebemos que ele estava roxo. Fiquei apavorada e o neném foi levado para a incubadora. Ela disse que ele havia broncoaspirado o leite e que a culpa era minha, por tê-lo deixado deitado — contou a mãe.
Na manhã seguinte, familiares receberam a notícia de que o bebê havia morrido por complicações do sufocamento. O laudo do IML, no entanto, indicou que, além da broncoaspiração, a criança sofreu um traumatismo craniano em virtude de uma ação contundente.
A polícia investiga o caso de homicídio culposo e também de exercício ilegal da profissão. Segundo familiares, um dia antes do parto, Amanda foi medicada por um estudante de medicina. Dois estagiários que estavam na clínica foram ouvidos pela polícia. Segundo o delegado da 55ª DP (Queimados), Niandro Ferreira, não há dúvidas de que houve um homicídio.
— A criança estava com a cabeça quebrada. Ou foi negligência de alguém, da mãe, de médicos ou enfermeiros, ou houve imperícia médica.
A Casa de Saúde Bom Pastor informou que, após ter sido percebido o quadro de falta de ar do bebê, foram prestados os primeiros socorros mas que, posteriormente, o bebê não respondeu aos medicamentos. A clínica nega que estudantes atendam pacientes no lugar dos médicos.
Casados há dois e juntos há mais de 10 anos, Wagner Gomes, de 32 anos, e Amanda, estavam ansiosos pela chegada de Nélio Henrique.
- Fiz muita hora extra para ter a possibilidade de dar conforto ao meu filho. Nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer - disse o pai, desolado.

Fonte: Jornal Extra de 20/01/2010.

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